Após 14 anos longe da tevê, o ator volta como assistente de João Gordo na MTV e conta que fez tratamento para crescer nos Estados Unidos
Edwin Paladino
Fotos: Claudio Gatti |
“Virei a cara da Ortopé”, diz Ferrugem que ainda trabalha para a empresa e distribui sapatos para crianças carentes |
Após 14 anos longe da televisão, Ferrugem está de volta como secretário do apresentador punk João Gordo, na versão 2002 do Piores Clipes do Mundo, um dos programas de maior sucesso da MTV. A insólita parceria de Ferrugem com João Gordo começou a se desenhar há três anos, depois de um encontro numa discoteca em São Paulo. Há oito meses, após a participação do ator no Gordo a Go Go, programa de entrevista do punk, eles começaram a pensar em trabalhar juntos. “Ele manda muito bem e faz parte da cultura pop dos anos 70”, elogia João Gordo, de 37 anos. “Estou de novo na tevê porque, apesar do programa ser escrachado, tem conteúdo e muito humor”, diz Ferrugem.
Embora não apareça mais no vídeo como garoto-propaganda da Ortopé, Ferrugem continua trabalhando para a empresa. Três vezes por mês, visita instituições de caridade pelo Brasil para divulgar a marca. “Virei a cara da Ortopé”, acredita ele, que distribui sapatos para crianças carentes. Sua primeira propaganda na televisão para a fábrica de calçados foi em 1977, aos 10 anos. “Conheci o Brasil inteiro por causa da empresa”, conta. Na Globo, Ferrugem trabalhou com os Trapalhões até 1988, quando terminou a faculdade de jornalismo, em São Paulo. “Era tiração de sarro o tempo todo”, lembra ele.
Ferrugem não seguiu a profissão de jornalista e mudou-se para os Estados Unidos para fazer tratamento de crescimento. Na época, o ator estava com 21 anos e media 1,30 metro de altura. Desde bebê, seu desenvolvimento era mais lento do que das demais crianças. Durante dez anos tratou-se no Brasil, mas obteve poucos resultados. “Meu único medo era que isso afetasse a saúde dele”, diz sua mãe, Maura Nogueira, de 85 anos. “Mas o médico disse que só encontraríamos medicamento eficaz no exterior.” O pai de um amigo era médico e arranjou um tratamento gratuito no National Institute of Health, em Washington.
Durante dez anos, ele fez tratamento no Brasil, mas não adiantou: “O médico disse que só encontraríamos medicamento eficaz no exterior”, diz sua mãe, Maura Nogueira |
Caçula de uma família de nove irmãos, herdou do pai libanês as pintas e os cabelos vermelhos. Da família, também recebeu influências musicais. Ferrugem, baterista de uma banda de rock, a Banquete de Mendigos, tinha um tio maestro e o pai tocava acordeon. “Ele tinha um supermercado e fazia música para os filhos como hobby, em casa”, lembra. Apesar de baixinho, ele diz nunca ter tido problemas com mulheres. “Todo mundo sempre fala que sou uma gracinha”, conta Ferrugem, que está solteiro mas garante ter namorado muito. E diz que adora mulher alta: “Fica um par bonito”.
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